FMEA

Análise dos Modos de Falha e Seus Efeitos ou FMEA (do inglês Failure Mode and Effects Analysis) é uma ferramenta que permite elevar exponencialmente a confiabilidade de processos e produtos, por meio da identificação, hierarquização e prevenção as falhas em potencial de um produto ou processo. Ou podemos dizer também que nada mais é do que uma ferramenta utilizada na prevenção de falhas e análise de riscos através do reconhecimento de causas e efeitos, a fim de identificar ações para inibir falhas. 

 

Assim, o fato de um processo operar de uma maneira deficitária está diretamente relacionado ao modo de falha, onde este é dividido em três elementos:

  • Efeito: consiste na consequência da falha;
  • Causa: indicador do motivo pelo qual a falha ocorreu;
  • Detecção: maneira de controle de processo utilizada para evitar falhas em potencial.

Assim, através da prevenção é possível reduzir ou eliminar os riscos de falhas.

 

Tipos de FMEA:

 

FMEA de processo descobre falhas que poderão ocorrer e que afetam a qualidade do produto, confiabilidade reduzida do processo, insatisfação do cliente, bem como riscos ambientais ou de segurança. Isto é, com base na execução de cada sequência de atividades dentro do processo, possibilidades de falha são discutidas e pontos de melhoria implantados.

 

FMEA de produto explora a possibilidade de mau funcionamento do produto, de vida útil reduzida, assim como preocupações regulatórias e de segurança. Ou seja, considera para análise os modos de falha e seus efeitos em todas as funções de um produto ou projeto, seja ele novo ou já existente. Assim, por meio da definição de cada uma destas especificações, os responsáveis podem discutir quais as possíveis falhas que podem ocorrer no atendimento a cada um destes requisitos.

 

Como aplicar o FMEA?

 

Definição: Aqui deve ser registrada a informação da descrição do processo ou produto que será analisado.

 

Especificações: Nesta etapa, se for uma análise FMEA de processo, deverá conter todas as etapas do processo se for uma análise FMEA de produto, deve conter todas as funções do produto.

Modos de falha: A partir de cada uma das etapas do processo ou das funções/requisitos do produto, a equipe responsável pela aplicação do FMEA deve tomar nota de todos os problemas obtidos nas especificações, bem como levantar os modos de falha em potencial, ou seja, os que ainda não ocorreram.

Efeitos por falha: Com base em cada modo de falha registrado, os responsáveis deverão agora inserir quais os efeitos gerados por meio destas falhas. Cada um destes efeitos deverão ser pontuados no que se refere a severidade desta ocorrência emergir. Assim, o grau de severidade das falhas é classificado da seguinte forma:

  • Sem efeitos sobre o nível operacional de serviço – nota 1
  • Deterioração mínima no nível operacional de serviço – nota 2
  • Redução definitiva no serviço operacional – nota 3
  • Deterioração grave no nível operacional de serviço – nota 4
  • O nível operacional de serviço aproxima-se de zero – nota 5

Causas por falha: Nesta etapa, há discussão das causas que levaram ao acontecimento de cada uma das falhas. Neste sentido, as ferramentas 5 porquês e o famoso Diagrama de Ishikawa podem ser extremamente úteis. Em seguida, as causas são classificadas, mas agora no que tange suas ocorrências:

  • Uma vez em muitos anos – nota 1
  • 1 vez em muitos meses de funcionamento e operação – nota 2
  • Uma vez em algumas semanas de funcionamento e operação – nota 3
  • Probabilidade de ocorrência semanal – nota 4
  • Probabilidade de ocorrência diária – nota 5

Controles por causa: Cada causa que foi identificada na etapa anterior deverá ser analisada no que se refere ao seu nível de Detecção, ou seja, descobrir se existem e quais são as medidas de prevenção e controle já adotadas para eliminar ou ao menos conter cada uma das causas. Assim, as classificações quanto a detecção da falha são dadas por:

  • A “detecção” está muito alta – é fácil detectar que ocorrerá a falha – nota 1
  • Aviso considerável de falha antes da ocorrência – nota 2
  • Alguns avisos de falha antes da ocorrência – nota 3
  • Poucos avisos de falha antes da ocorrência – nota 4
  • A “detecção” é efetivamente zero – é praticamente impossível saber que ocorrerá uma falha – nota 5

Risco calculado (RPN): Um sistema de pontuação para análise de riscos (RPN). Dessa forma, este sistema é constituído por três pontuações diferentes e independentes: S (Severidade), O (probabilidade de ocorrência) e D (probabilidade de detecção). Cada uma das três notas pode ser igual a 1, 2, 3, 4 ou 5, e cada falha recebe uma nota por critério.  A nota total da falha é o produto das três notas, ou seja:

(PONTUAÇÃO DE RISCO) = S x O x D

Quanto maior a pontuação, mais crítica é a falha e maior atenção ela deve receber por parte da organização.

Propostas de melhoria: Depois de conhecer e priorizar quais as causas por falha que deverão ser solucionadas, os participantes poderão agora discutir as soluções para eliminar estas causas, ou ao menos controlá-las. Ferramentas como o Brainstorming podem ajudar.

Plano de ação: Definidas as soluções que serão implantadas, um plano de ação deverá ser elaborado, contendo a descrição da solução, o responsável pelo cumprimento e o prazo limite para finalização.

Calcule um novo risco: Por fim, após a implementação das ações de melhoria contínua, a equipe deve se reunir novamente para recalcular os riscos. Assim, é possível medir se realmente houve progresso na aplicação da ferramenta.

 

FMEA e Lean Seis Sigma: qual a relação?

O aumento da confiabilidade de um produto através do FMEA é conquistado antes por meio da identificação e posteriormente pelo combate de cada uma das principais causas que interferem no desempenho do processo. Ou seja, empregar um processo de análise FMEA dentro da metodologia Lean Seis Sigma é uma excelente alternativa para atingir com ainda mais exatidão os objetivos deste programa, que busca acima de tudo a melhoria contínua de desempenho.

Com isso, utilizando o FMEA em conjunto com o Lean Seis Sigma, as vantagens são:

  • Facilita na identificação das potenciais falhas e deficiências de um produto ou processo;
  • Ajuda a quantificar o Risco no efeito de cada uma das falhas;
  • Reconhece as causas das falhas e deficiências e consegue quantificar sua frequência;
  • Trabalho de forma preventiva e com foco na eliminação dos problemas potenciais
  • Facilita a documentação e rastreabilidade das ações.