Renovação de ar ou ar externo

Vocês sabiam que todo ambiente necessita de renovação do oxigênio?! Porque é através dessa renovação que é evitado o aumento na concentração de gases, como o CO², que quando encontrado em níveis muito altos no ambiente podem causar, sonolência, cansaço, dor de cabeça e redução no rendimento das pessoas que utilizam esse local, além de aumento do risco de transmissão de doenças contagiosas pela respiração.

Para que ocorra a renovação do ar de um ambiente há a necessidade que uma taxa de ar externo filtrada force a saída de uma determinada taxa de vazão de ar do ambiente através de frestas ou aberturas devido a pressurização.

Em residências, o ar tem fácil renovação, basta abrir e fechar portas, e o próprio trânsito de pessoas já ajuda. Mas em ambientes em que as pessoas permanecem mais tempo nas salas, isso não costuma acontecer, principalmente quando esses locais são climatizados artificialmente, pois esses ambientes precisam se manter fechados durante todo o uso do aparelho condicionador de ar, de forma a evitar interferências na troca térmica do sistema. Por esse motivo, esses ambientes precisam de uma renovação de ar projetada de forma profissional.

No Brasil os padrões de qualidade do ar climatizado em locais públicos e de uso coletivo, são preestabelecidos, vistoriados e avaliados, pela Resolução RE 09 de 2003 (ANVISA), essa legislação tem por finalidade garantir o cumprimento de um nível máximo permitido de concentração de poluentes, além de definir padrões aceitáveis de umidade, velocidade do ar, temperatura e renovação nos ambientes.

A renovação de ar está entre os parâmetros fiscalizados pela ANVISA, e na RE 09 existem as orientações técnicas referente a Taxa de Renovação do Ar adequada de ambientes climatizados que será, no mínimo, de 27 m³/hora/pessoa, exceto no caso específico de ambientes com alta rotatividade de pessoas. Nestes casos a Taxa de Renovação do Ar mínima será de 17 m³/hora/pessoa, sendo inadmissível em qualquer situação níveis de CO² iguais ou superiores a 1000 ppm.

Sabendo que a taxa de renovação de ar afeta diretamente a qualidade do ar interior, locais de uso público e coletivo devem monitorar a qualidade do ar interior através da análise de ar, evitando as multas previstas pela Resolução RE 09 ao desrespeito de seus parâmetros predispostos.

Nos últimos meses, a qualidade do ar interior (QAI) tem sido uma discussão frequente, por conta do cenário mundial de emergência da saúde pública devido ao COVID-19. De acordo com o Qualindoor – Departamento de Qualidade do Ar Interno da ABRAVA (Associação Brasileira da Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento) uma pessoa respira cerca de 10 mil litros de ar por dia, dado que justifica a preocupação.

O Eng. Leonardo Cozac, especialista certificado em Qualidade do Ar Interno, membro do DN Qualindoor da ABRAVA, diretor de Operações e Finanças da ABRAVA e CEO da Conforlab, cita ainda em uma publicação oficial no site da ABRAVA, sobre um estudo da Universidade Técnica da Dinamarca, que mostra ganhos de performance dos alunos em 14,5% em ambientes com uma boa qualidade do ar. Isso representa que um aluno em escola com boa qualidade do ar interior é capaz de aprender em 06 (seis) anos o que ele aprenderia em 07 (sete), devido a diminuição no índice de absenteísmo.

Muitos empreendimentos de uso público e coletivo, ou seja, com uma rotatividade significativa de pessoas, optam por climatizar artificialmente seus ambientes com um equipamento do tipo Split convencional, sendo que esse aparelho não possui filtragem adequada, distribuição de ar e nem renovação de ar e por esse motivo existe a necessidade de projetar em paralelo, sistemas de filtração e renovação de ar eficientes.

Portanto, diante da necessidade da qualidade do ar interior e sua ligação direta com a renovação de ar, é imprescindível que todo projeto novo de climatização de ambientes seja acompanhado de um sistema de renovação de ar. A recomendação é que a correção e adequação dos sistemas de climatização já existentes ocorra o mais breve possível, para que assim seja evitado o acometimento de prejuízos a saúde das pessoas por má qualidade de ar interiores.